Para as religiões que lidam com a idéia, os espíritos obsessores
seriam aqueles que perturbam as pessoas, influenciando de forma negativa
seus atos. O Espiritismo os define como espíritos negativos que agem
persistentemente sobre os indivíduos. Já para a Umbanda e o Candomblé,
eles podem ser de dois tipos: entidades sem luz enviadas por alguém para
fazer o mal (os conhecidos “trabalhos”), ou almas que não encontraram
seu caminho após a morte e ficam ao lado de um ser humano, como um
“encosto”, atrapalhando-o sem querer.
Os espíritas – assim como os adeptos das crenças afro-brasileiras –
não acreditam que alguém nasça predisposto a sofrer o cerco dos
obsessores. O que conta é a conduta moral de cada um. “Existe uma
disposição psíquica, e sentimentos como ódio, pessimismo e medo abrem a
porta ao assédio espiritual negativo”, diz Marta Moura, uma das
dirigentes da Federação Espírita Brasileira. Alguém sob essas forças
negativas pode sofrer desde mudanças bruscas de humor e enxaquecas até
doenças graves sem causa aparente. “As enfermidades de fundo espiritual
situam-se no buraco negro daquilo que não é explicado cientificamente”,
afirma Marta.
Em relação ao comportamento, os níveis de obsessão vão da simples
influência – o espírito “sopra” maus pensamentos – até a subjugação. No
último caso, a pessoa é comandada, como se fosse uma marionete. “É como
uma esponja embebida em um líquido: a esponja seria a pessoa, e o
líquido, o obsessor. É praticamente impossível diferenciar um do outro”,
diz Rubens Denizar dos Santos, coordenador do serviço de assistência
espiritual do Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, em Curitiba.
Dependendo da dominação que exerce, um espírito obsessor pode ser
responsável até por suicídios e crimes. Para livrar as pessoas dessa
influência nefasta, os espíritas recorrem às sessões de desobsessão.
Durante essas cerimônias, após ser incorporado por um médium, o espírito
obsessor é doutrinado e encaminhado ao plano espiritual.
Segundo a psicologia, contudo, os casos de obsessão seriam fruto de
distúrbios de múltipla personalidade. A “desobsessão”, nesse caso, dá-se
por meio da terapia. “Em vez de os expulsar, a psicoterapia integra os
diversos aspectos da mente humana, fazendo com que o paciente trabalhe
os aspectos sombrios de sua personalidade”, afirma o psicanalista
Wellington Zangari, da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele,
porém, a interpretação psicológica da obsessão não invalida a visão
religiosa. “Ao explicar o fenômeno, a psicologia não busca negar a
existência dos espíritos. Temos consciência de nossas limitações e o
quão longe estamos de achar uma explicação definitiva para o
transcendente”, diz.
Por Rita de Cássia Loiola
Editor : Lauro Henriques Jr.
Texto publicado no Especial
“150 anos do Espiritismo” Volume 1,
do Almanque Abril, da Editora Abril.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
"Nota: Nenhum dos textos/artigos aqui postados são de minha autoria. Devidos créditos são dados quando eu encontro na fonte da qual os retiro, o nome de quem o escreveu. Do contrário, coloco como desconhecido, ou, em alguns casos, não coloco nada(porém deve-se entender que não é porque eu escrevi. Deve-se entender que mesmo não estando no texto "autor desconhecido", foi alguma outra pessoa que escreveu. Lembrando que o objetivo aqui não é ganhar um grande número de visitantes e/ou fazer nome as custa de ninguém. Este blog foi criado com o intuito de espalhar mensagens de amor, luz e paz a todos os irmãos(as) que a ele leem. Foi criado com o intuito de dividir informações, histórias, conceitos de espiritismo, umbanda... de espiritualidade em geral. Agradeço pela compreensão de todos(as)." GRATIDÃO e LUZ!
Nenhum comentário:
Postar um comentário