Pretos velhos ou Pretos-velhos são
entidades de umbanda, espíritos que se apresentam em corpo fluídico de
velhos africanos que viveram nas senzalas e que adoram contar as
histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor,
a fé e a esperança aos "seus filhos".
O preto velho, na umbanda, está
associado aos ancestrais africanos, assim como o caboclo está associado
aos índios e o baiano aos imigrantes nordestinos.
São entidades que tiveram pela sua
idade avançada, o poder e o segredo da sabedoria, apesar da rudeza do
cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida,
consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria, trazendo
esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para
amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros
poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando
seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu terço e
aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas
baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e
de consulentes.
A característica desta linha,
devido a elevação espiritual de tais entidades, é o conselho e a
orientação aos consulentes, são como psicólogos, receitam auxílios,
remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.
Os
pretos velhos se apresentam com nomes que individualizam sua atuação, do
Congo ou de Angola, evidenciando sua atuação propriamente dita e
procedência. Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes
codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros
eram nominados de acordo com a região de onde vieram:
-
Congo (Pai Francisco do Congo) – refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;
-
Aruanda (Pai Francisco de Aruanda) – refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (OBS: Aruanda quer dizer céu);
-
D´Angola (Pai Francisco D´Angola) – refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;
-
Matas (Pai Francisco das Matas) – refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;
-
Calunga, Cemitério ou das Almas (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas) – refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluaê;
Entre diversas outras nominações
tais como: Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc… Muitos Pretos
velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém
todos são Pretos velhos.
ADOREI AS ALMAS!!! SALVE OS PRETOS VELHOS DE UMBANDA!!!
AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO.
Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste preto-velho chorava.
De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque contei-as… Foram sete.
Na incontida vontade de saber
aproximei-me e o interroguei. Fala, meu preto-velho, diz ao teu filho
por que externas assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu: Estás
vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão
distribuídas a cada uma delas.
A primeira, eu dei a estes
indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando
aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber…
A segunda a esses eternos
duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre
que seus próprios merecimentos negam.
A terceira, distribui aos maus,
aqueles que somente procuram a UMBANDA, em busca de vingança, desejando
sempre prejudicar a um seu semelhante.
A quarta, aos frios e calculistas
que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela
de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A quinta, chega suave, tem o riso,
o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão
escrito: Creio na UMBANDA, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente
se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.
A sexta, eu dei aos fúteis que vão
de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e
conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima, filho notas como foi
grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos
olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessa aos Médiuns vaidosos, que só
aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que
existem tantos irmãos precisando de amparo material e espiritual.
Assim, filho meu, foi para esses todos, que viste cair, uma a uma.
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